- Ano: 2016
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Fotografias:Francisco Nogueira
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto de arquitetura desenvolvido no Museu da Barroca teve início em 2014 e apresentou como premissa a re-organização dos interiores de um edifício situado na Herdade da Barroca, nos arredores da vila de Mora, Portugal.
O edifício, que antes desta intervenção foi recentemente remodelado, manteve a gênese da arquitetura vernacular alentejana, da qual é exemplar. É composto por um longo volume de um piso, implantado no cimo de um monte agrícola, que originalmente servia de manjedoura da herdade. A estrutura é caracterizada por extensos planos de parede branca, com aberturas controladas de vãos ao longo da construção. O telhado, de duas águas, é suportado por asnas de madeira que conferem ao espaço uma amplitude de pavilhão. Os acabamentos são caracterizados pela cal branca nas paredes e pela cerâmica vermelha no pavimento, que remetem para a linguagem arquitetônica tradicional da região.
O projeto desenvolvido definiu a instalação de uma exposição sobre a História do Concelho, com base em registos fotográficos inéditos, que ilustram as transformações sociais e econômicas ocorridas na região desde inícios do século XX até à atualidade.
O desenho da exposição redefiniu a lógica espacial existente, acompanhando as diversas especificidades dos conteúdos expositivos. Conceptualmente, o projecto foi concebido com uma forte referência ao edificado e à envolvente natural existente, num jogo de relações interior-exterior.
A intervenção materializou-se na construção de um volume no interior da nave principal, que se descola das paredes e do tecto, tornando-se um objecto solto no centro do espaço. Esta estrutura auto-portante branca é reminiscente dos planos de alvenaria exterior e funciona como uma replicação da lógica construtiva existente.
Este volume é intersectado em dois eixos transversais ao espaço, no alinhamento da métrica dos vãos existentes, permitindo a circulação de visitantes dentro e fora da exposição assim como a entrada de luz natural controlada. Estes rasgos originam três espaços distintos, que correspondem aos três núcleos expositivos principais.
Pontualmente, foram colocadas peças de mobiliário fixo que sedimentam os diversos programas do espaço do museu, de que são exemplo a recepção e a loja.
No interior, vários suportes e assentos para os visitantes acompanham o ritmo da exposição incentivando a interação do do público com os conteúdos expositivos. A cor verde do mobiliário remete para a envolvente natural exterior, na continuidade das premissas estabelecidas no conceito geral do projeto.